Um sentimento sem nome

Estamos na segunda semana de férias e isto significa estarmos 24 horas por dia grudados: eu, minha bebê e o pai dela. Quem tem filhos sabe que a cada dia eles apresentam uma mudança: em um dia, não alcançam a mesa e no outro já estão raptando tudo com seus pequenos dedinhos; quando você pisca, já estão comendo com o talher e manuseando um lápis como se fossem “gente grande”. E é simplesmente impossível não se encantar e apaixonar com cada conquista.

A maternidade (e a paternidade) é um exercício que exige do músculo do coração, você o exercita de uma maneira que jamais conseguiu imaginar. Todos aqueles clichês cabem nesse universo: amor que doi, pedaço de você fora do peito, amor que não cabe no coração e escorre pelos olhos… tudo isso e mais um monte de cafonices, tudo verdade!

A minha está na fase de aprender a falar e, com isso, comecei a refletir muito sobre nossas ESPERAS. Não as expectativas, mas a esperas mesmo. A gente esperou muito que ela andasse… que ela dormisse muitas horas seguidas… que ela aprendesse a dormir sozinha… que ela falasse a primeira palavra… que ela falasse “mamãe” (Não, não foi a primeira! Kkk). E quando o bebê consegue atingir este “marco”? Como a gente se sente? Tenho tentado interpretar este sentimento, ele me lembra muito a adolescência, que era tomada por esperas: quando tinha aquela festinha, a emoção tomava conta durante a espera, ela chegava, você curtia intensamente o momento e aí, ela passava e o que ficava? Um vazio, uma saudade, um restinho ainda de sabor…

Então, eu quero viver intensamente estas conquistas e também nutro um medo de esquecer destes momentos, mesmo sabendo que não posso agarrá-los e aprisionar em minha memória. Registro com imagens, como sempre, às vezes escrevo algumas coisinhas, mas vivo nessa ambiguidade diariamente. Encantada com o crescimento dela e apegada à fase maravilhosa que estamos vivendo. Tenho a certeza que todas as fases que virão serão igualmente lindas e isto é o que me conforta, pois ao tempo em que eu “perco” o que estamos vivendo, eu ganho novas descobertas e formas de amar esse pequeno serzinho que preenche nossas vidas.

E o que isso tem a ver com ARTE?

Tudo… e nada…

Mas senti que deveria começar esse blog com essa reflexão, pois a maternidade é algo que está me transformando como ser humano a cada dia e, consequentemente, mudando totalmente minha forma de fazer arte. A arte é o artista, então, assim, vocês conseguem conhecer uma parte tão profunda e verdadeira do meu ser e poderão – quem sabe – enxergar na minha produção um “tiquinho” da minha alma e do meu coração – que são os principais elementos do que eu faço por aqui!

Um beijo!